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segunda-feira, 26 de julho de 2010

ESPECIAL CAZUZA

Universidades se voltam para ‘fenômeno’ Lady Gaga na web

Lady Gaga em trecho do videoclipe 'Alejandro'
Um sucesso tão expressivo não poderia passar despercebido nas universidades. A cantora Lady Gaga entrou recentemente para a história da indústria cultural como a primeira artista a conquistar um bilhão de visualizações de seus vídeos na internet.
O clipe da música “Bad Romance” superou a marca de 249 milhões de visitas no canal da cantora, no You Tube, desde que foi lançado em novembro de 2009 – este total se refere ao dia 23 de julho de 2010, às 11h18. Mais recente, “Alejandro”, de junho deste ano, já atingiu mais de 51 milhões de espectadores – também em 23 de julho. Mas o furacão Gaga é tão veloz na internet que, quando você estiver lendo esta reportagem, todos estes números já estarão desatualizados.
No Brasil, a força da cantora na web já atrai o interesse de acadêmicos da área de Comunicação, que procuram explicar seu sucesso. Para o professor de filosofia Henrique Antoun, da Escola de Comunicação da UFRJ, Gaga sabe usar as ferramentas o que a internet oferece:
“Ela sabe usar os grupos de discussão e os instrumentos que eles oferecem, criando perfis em redes sociais, blogs onde você amarra tudo isso e até vídeos que você sobe para o YouTube e liga ao seu perfil", enumera Antoun. "Misturando todos estes canais e se movimentando bem neles, você pode começar um movimento de sucesso”.

Milhões de grupinhos agindo na rede

O professor da UFRJ chama a atenção para as diferenças entre a promoção de um artista nos diferentes meios de comunicação.
“A TV concentra, a internet subdivide, ela reparte. A internet exige uma transversalidade. Aquela coisa de um que fala para outro. A internet é um grande canal boca-a-boca. Alguém de um grupinho fala uma coisa em outro grupinho. Aí alguém desse outro grupinho fala para outro grupinho. E, de repente, em uma velocidade assustadora, aquilo se alastra e, em questão de minutos, todo mundo está falando daquilo.”
Ele completa: “A mídia de massa precisa de um público concentrado muito grande. A internet, não. E ela se baseia nesta repartição mesmo. Milhares e milhões de grupinhos pequenos, médios e grandes falando de alguma coisa. E aquilo que atravessa esses grupinhos transversalmente é o barato”.
A professora Patrícia Maurício, do Departamento de Comunicação da PUC-Rio, acredita que o sucesso de Lady Gaga está relacionado com "o mundo fluido e descartável" em que vivemos.
“Eu acho que a Lady Gaga, de certa forma, acerta por estar bem no tempo dela. E esse tempo é uma coisa que vários teóricos tão estudando. A gente vive um tempo sem raiz, sem uma relação estável com as coisas e com a comunidade. Não é que no mundo de hoje isto não exista, mas é cada vez menor. Você não tem muitos laços fortes como antigamente. Tudo fica muito fluido e descartável.”
O trabalho de Lady Gaga estaria baseado nesta fragmentação. “Ela pega referência de tudo: um pedacinho daqui, um pedacinho dali, mas sem se enraizar em nada.”
Comparações inevitáveis
Lady Gaga
Assim como Madonna, Lady Gaga, cujo nome de nascimento é Stephani Joanne Angelina Germanotta, tem ascendência italiana.
Madonna utilizou o ‘boom’ dos videoclipes na TV, na década de 80, para se promover e criar polêmicas. Gaga fez com que os clipes voltassem a fazer sucesso como ferramenta de divulgação depois que a internet bagunçou os modelos de negócios da música na última década. Mas as semelhanças não param por aí.
As trajetórias profissionais das duas cantoras são outra referência para os estudos acadêmicos. Para Henrique Antoun, Madonna começou na cultura underground de Nova York e teve seguir o caminho da grande indústria para se transformar no que ela é hoje.
Lady Gaga, por outro lado, teve que se aprofundar na contracultura justamente para conseguir atingir um público de massa. Patrícia Maurício acredita que Gaga é uma versão contemporânea de Madonna, que se apoderou de ferramentas atuais.
“A Lady Gaga é uma artista com o mesmo espírito da Madonna, tenta dar uma escandalizada, apesar de hoje em dia ser quase impossível escandalizar, já que o escândalo é quase a norma. Ela traz entre as suas novidades o fato de usar os meios mais atuais. E a internet é o meio mais atual”.
Patrícia Maurício acredita que Lady Gaga e Madonna acabarão com perfis artísticos bem próximos, com a fidelidade de um público determinado : “Eu acho que ela (Gaga) tende a seguir os passos da Madonna, com uma legião de fãs que, mesmo que no futuro a música dela fique datada, as pessoas vão continuar ouvindo. Como a Madonna, que tem um público gay fiel. Eu acredito que ela vai manter este público fiel por décadas.” 

terça-feira, 13 de julho de 2010

ESPECIAL CHITÃOZINHO E XORORÓ

Carolina
Ganhadora de R$ 106,00 no Enigma da Esfinge da semana da Copa do Mundo.
Enigma: "Meu terno me cai bem, e não posso tirar, mas se você usar no mínimo estranho vai ficar."
 Resp: Trigo

quarta-feira, 7 de julho de 2010

20 ANOS SEM O "EXAGERADO" CAZUZA



São Paulo, julho de 2010 – Seu nome era Agenor de Miranda Araújo Neto, mas ele ficou conhecido como Cazuza. Nesta quarta-feira (7), 20 anos após sua morte, a obra do artista permanece viva como nunca. Considerado um gênio da música brasileira que, numa época pós-ditadura, botou o dedo na cara da sociedade, o ex-líder da banda Barão Vermelho começou a dar voz aos impulsos de uma juventude necessitada de novidades.

Seu jeito inquieto fez com que ele acabasse os estudos com muita dificuldade e nada de faculdade! Seu pai João Araújo, produtor fonográfico, não queria que ele passasse o resto da vida sem profissão, então lhe arranjou um emprego. A partir daí, Cazuza trabalhou no departamento artístico da Som Livre, em assessoria de imprensa e até tentou ser fotógrafo, mas nada disso o satisfazia.
Ele era boêmio, rebelde e polêmico e isso só poderia torná-lo um astro do rock. Os pais até aceitavam sua idolatria por nomes como Jimi Hendrix, Janis Joplin e Rolling Stones, mas não conseguiam entender sua bissexualidade e o vício pelas drogas. O pai inclusive teve que livrá-lo de prisões e algumas fichas na polícia pelo uso e porte de drogas.

Enfim, ele, Cazuza, era a grande novidade. Tornou-se um cantor e compositor brasileiro e ficou conhecido como símbolo da sua geração no papel de vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho. Em 1982 lançou o seu primeiro disco, com o nome homônimo ao da banda, resultado de sua parceria com Frejat. Os principais sucessos deste disco são Todo Amor Que Houver Nessa Vida, Pro Dia Nascer Feliz, Maior Abandonado, Bete Balanço e Bilhetinho Azul.

Ainda na banda, ele lançou os discos Barão Vermelho 2 e Maior Abandonado, respectivamente em 1983 e 1984. Foi nesta fase que, durante um show no Canecão, Caetano Veloso apontou Cazuza como o maior poeta da geração e criticou as rádios por não tocarem suas músicas. O rótulo de "banda maldita" só abandonou o Barão Vermelho quando o cantor Ney Matogrosso gravou Pro Dia Nascer Feliz. Era o empurrão que faltava e, a partir daí, a banda ganhou vida pública própria.

Em 1985, ele saiu da Barão e resolveu se lançar em carreira solo. Foi então que ele se tornou um dos ícones da música brasileira. Dentre seus sucessos, destacam-se Exagerado, Codinome Beija-Flor, Ideologia, Brasil, Faz Parte Do Meu Show, O Tempo Não Pára e O Nosso Amor A Gente Inventa. Cazuza assinou os maiores hits do novo álbum: em parceria com Ezequiel e Leoni, o rock emblemático Exagerado, e a balada Codinome Beija-flor, com Ezequiel e Reinaldo Arias.
Com seu segundo álbum, Só se for a dois, ele acrescentou novos sucessos à sua carreira, como o pop-rock O nosso amor a gente inventa (estória romântica). Daí ele se jogou de cabeça em uma turnê nacional, que mostrou um show mais elaborado que os anteriores, em termos de cenário e iluminação. Cazuza se aprimorava e decolava: seus espetáculos lotavam, suas músicas tocavam e a crítica elogiava seu trabalho. Mas antes de estrear este show, ele já sabia que estava com AIDS.
Em outubro de 1987, Cazuza foi levado pelos pais para Boston, nos Estados Unidos, onde passou quase dois meses submetendo-se a um tratamento forte. Ao voltar, gravou Ideologia no início de 1988, um ano marcado pela estabilização de seu estado de saúde e pela sua definitiva consagração artística.

No segundo semestre do mesmo ano, o espetáculo de Ideologia se mostrou mais profissional e bem-sucedido. Dirigido por Ney Matogrosso, Cazuza tentou valorizar mais o texto no show, que era pontuado pela palavra "vida". Substituiu a loucura de suas performances anteriores por uma postura mais contida no palco. Mesmo assim não aguentou e exprimiu seu lado agressivo e escandaloso num episódio que causou polêmica: em um show no Canecão, no Rio de Janeiro, cuspiu na bandeira nacional, atirada por uma fã.
Em 1989, se declarou publicamente soropositivo. Foi o primeiro artista brasileiro a assumir a doença publicamente, ele dizia que um artista que cantava “Brasil, mostra sua cara” não poderia mentir para o seu público.
Depois de quatro meses se tratando de forma alternativa em São Paulo, Cazuza viajou novamente para Boston, onde ficou internado até março do ano seguinte. Seu quadro clínico já era extremamente delicado e, àquele ponto, não havia muito mais o que fazer. Ele enfrentou a doença publicamente, mas acabou tomado por ela no dia 7 de julho de 1990.
Seu enterro aconteceu no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, e sua sepultura está próxima à de outros astros da música brasileira como Carmen Miranda, Ary Barroso, Francisco Alves e Clara Nunes. Sua obra é eterna e imortal, e a legião de fãs que ele ainda tem, continuará sendo exagerada, jogada aos pés do artista!
Cazuza, simplesmente Cazuza! (Foto Reprodução)